Referência Produtos de Madeira

Oportunidades para a indústria brasileira de móveis no mercado global: mais da metade do consumo de móveis no Reino Unido é suprido por importações

O panorama socioeconômico do Reino Unido revela-se promissor para as exportações brasileiras no setor de móveis e colchões. Com sua economia classificada como a quinta maior do mundo, a região insular composta por quatro países (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) oferece um cenário repleto de oportunidades. Dessa forma, a análise a seguir, concentrando-se no período de 2018 a 2022, destrincha os elementos-chave que moldam tanto o mercado interno britânico quanto às perspectivas para o Brasil.

Os indicadores são apresentados no “Estudo de Oportunidades para o Exportador Brasileiro de Móveis e Colchões – País-alvo: Reino Unido”. A edição atualizada do estudo traz dados consolidados da economia, do consumo interno, bem como das exportações e importações de móveis no mercado britânico, ajudando-nos com análises e projeções para apoiar o planejamento estratégico das empresas brasileiras que buscam ampliar o posicionamento e as vendas na região. O estudo é desenvolvido pelo IEMI com exclusividade para os associados do Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa e patrocínio da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), e está disponível na área de associados no site do projeto: brazilianfurniture.org.br/intranet.

Panorama do mercado de móveis no Reino Unido

O Reino Unido se destaca por sua robusta indústria de móveis, que contribui significativamente para a economia, tendo empregado cerca de 339 mil pessoas e representado 1,6% do PIB industrial do país em 2022. Esta indústria, amplamente fragmentada em micro a médias empresas, exibe uma versatilidade única, servindo a uma vasta gama de mercados. A demanda por móveis, particularmente os de escritório e institucionais, que representam 30% da produção, demonstra a relevância deste setor.

Um dos maiores mercados consumidores de móveis na Europa, o Reino Unido importou US$ 8,7 bilhões em 2022 e exportou cerca de US$ 1,5 bilhão. Revelando, assim, um déficit comercial de US$ 7,2 bilhões e uma dependência considerável aos produtos importados, que constituíram 58,7% do consumo aparente de móveis, indicando uma considerável abertura comercial.

Exportações brasileiras de móveis e colchões para o Reino Unido

Dessa forma, ocupando a 23ª posição entre os países exportadores de móveis e colchões para o Reino Unido, o Brasil demonstra um potencial significativo, tendo exportado US$ 51,8 milhões no setor para a região em 2022. Este valor reflete uma tendência de queda desde um pico de exportação em 2014, quando a renda familiar britânica impulsionou as exportações para US$ 85,5 milhões. Contudo, certos segmentos como móveis de outros materiais e assentos estofados apresentaram crescimento, apontando para oportunidades não exploradas.

A análise de preços revela que as exportações brasileiras são, por exemplo, em média 53,7% mais baratas que o custo médio de móveis e colchões importados pelo Reino Unido. Este indicador, juntamente com a aplicação de uma tarifa ad valorem que varia de 2,0% a 4,0% sob a Cláusula de Nação Mais Favorecida (CNMF), sugere uma vantagem competitiva para o Brasil, especialmente se conseguir diversificar e agregar valor ao mix de produtos exportados.

Um ponto interessante de se observar é que os britânicos são ávidos usuários da internet, com 86% da população navegando diariamente e uma tendência a pesquisar produtos online antes da compra. Apesar de uma inclinação para aquisições digitais, porém, o varejo físico mantém sua importância, especialmente para compras de alto valor. Fatores como preço e ética ambiental das marcas influenciam decisivamente o comportamento de compra, com 59% dos consumidores considerando o preço como crucial e cerca de 50% dispostos a pagar mais por produtos de marcas éticas.

Oportunidades e perspectivas futuras

De acordo com o IEMI, instituto de pesquisa responsável pelo estudo, o cenário apresentado acima indica que a estratégia para aumentar a participação no mercado britânico envolve não apenas a diversificação de produtos, mas também a inserção em segmentos de maior valor agregado, explorando a predisposição britânica por marcas éticas e sustentáveis.

Dessa forma, caso o Brasil continue a ampliar sua oferta com produtos de maior valor agregado — um dos pontos mais levantados e trabalhados pela ABIMÓVEL com seus associados por meio de seus projetos —, a indústria moveleira nacional pode contar com um potencial de crescimento de 67,1% nas exportações para o Reino Unido, atingindo até US$ 85,6 milhões nos próximos anos.

“As oportunidades para as exportações brasileiras de móveis e colchões para o Reino Unido são vastas, embora desafiadoras. A chave para o sucesso reside na capacidade de alinhar a oferta às tendências de consumo, sustentabilidade e inovação demandadas pelo sofisticado mercado britânico”, conclui o presidente da ABIMÓVEL Irineu Munhoz.

Fonte: Abimóvel. http://abimovel.com/oportunidades-para-a-industria-brasileira-de-moveis-no-mercado-global-mais-da-metade-do-consumo-de-moveis-no-reino-unido-e-suprido-por-importacoes/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *