A mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2 de janeiro, revela os indicadores do encerramento do ano anterior. Os dados apontam um crescimento expressivo de 1,1% na produção industrial em dezembro, contribuindo para uma variação positiva de 0,2% ao longo de 2023. Este desempenho é especialmente notável considerando que o ano de 2022 terminou em queda de -0,7% no acumulado do ano.
Marca-se assim o quinto mês consecutivo de expansão, com resultados positivos também em novembro (0,7%), outubro (0,2%), setembro (0,2%) e agosto de 2023 (0,4%).
Os móveis apresentaram um crescimento modesto de 0,2% em relação a novembro.
A indústria geral em 2023 foi influenciada positivamente pelas indústrias extrativas de petróleo e de minérios de ferro. Por outro lado, a indústria de transformação, que abrange a maior parte dos setores industriais, registrou um desempenho menos vigoroso, encerrando o ano com uma contração de 1,0%. Esta queda foi mais acentuada em comparação com o ano anterior, quando havia apresentado uma redução de 0,4%.
Indústria tem variação positiva no acumulado do ano
Contudo, no fechamento do ano de 2023, permaneceu a característica de predomínio de atividades industriais no campo negativo, uma vez que somente nove dos 25 ramos mostraram crescimento na produção.
Dentro do segmento de bens de consumo duráveis, que abrange móveis e eletrodomésticos, entre outros segmentos, destaca-se um impressionante aumento de 6,3% em comparação com o mês anterior. Esta reviravolta ocorre após três meses consecutivos de declínio, acumulando uma perda de 8,9% nesse período.
Móveis têm crescimento pequeno comparado ao ano passado
Apesar de os móveis apresentarem um crescimento modesto de 0,2% em relação a novembro, no entanto, mantiveram uma taxa negativa significativa de -3,8% comparada ao mesmo período do ano anterior.
Ao analisar o confronto com o igual mês do ano passado, no contexto do segmento de bens de consumo duráveis, os móveis exerceram uma influência negativa, contribuindo para a queda geral do índice, que recuou 0,9% em dezembro de 2023. Esta tendência de queda já vinha sendo observada nos meses anteriores, com declínios na produção de bens de consumo duráveis em novembro (-8,6%), outubro (-3,0%), e setembro (-3,0%) de 2023.
A pressão adicional sobre o segmento foi destacada pela redução na fabricação de automóveis, que registrou uma queda significativa de -7,1%. Além disso, houve recuos notáveis nos grupamentos de eletrodomésticos da ‘linha marrom’, com uma diminuição de 11,6%. Por outro lado, observaram-se impactos positivos provenientes do aumento na produção de motocicletas (39,9%) e nos grupamentos de eletrodomésticos da ‘linha branca’ (9,9%) e de outros eletrodomésticos (31,4%).
Produção Industrial de Móveis e Colchões
A produção de colchões também apresentou variação negativa de -3,6 no crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Em resumo, os pesquisadores do IBGE ao analisarem o ano de 2023, destacam dois cenários distintos. Durante o primeiro semestre, a indústria geral enfrentou predominantemente desafios, registrando uma queda de 0,3%. Entretanto, o segundo semestre apresentou uma clara recuperação no ritmo da produção industrial, resultando em um crescimento de 0,5%. Esta melhoria é evidente ao considerarmos as comparações mês a mês, com cinco meses consecutivos de taxas positivas, culminando em uma expansão notável de 1,1% em dezembro. Como resultado, o acumulado do ano, que permaneceu negativo por grande parte de 2023, reverteu para o território positivo, encerrando o ano com uma variação positiva de 0,2%.
Índice de Confiança Empresarial inicia o ano em alta
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE apresentou um aumento de 0,4 ponto em janeiro, atingindo 95,1 pontos, o patamar mais elevado desde outubro de 2022. Em médias móveis trimestrais, o avanço foi de 0,5 ponto no mês.
Embora o ICE tenha alcançado seu nível mais alto em 15 meses, permanece abaixo do patamar neutro de 100 pontos. Portanto, indicando um ritmo moderado na atividade econômica no início de 2024. Uma notícia positiva é o crescimento do Índice de Expectativas, superando o Índice da Situação Atual pela primeira vez desde outubro de 2022. A melhora nas expectativas para o ambiente de negócios do primeiro semestre foi impulsionada pelo aumento do otimismo na Indústria e no Comércio. Dessa forma, contribuindo para reduzir a dispersão entre os índices de confiança dos quatro principais setores, conforme destacado pelos pesquisadores do FGV IBRE.
Radiografia do crescimento nos setores
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos setores abrangidos pelas Sondagens Empresariais do FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Em janeiro, a confiança na Indústria registrou um aumento significativo de 1,8 ponto, alcançando 97,4 pontos, o maior desde setembro de 2022. Já os setores de Comércio e Serviços também apresentaram crescimento, com altas entre 1 e 2 pontos, atingindo 90,5 e 95,7 pontos, respectivamente. Em contraste com as demais sondagens, o índice de confiança da Construção permaneceu relativamente estável. O índice variou 0,2 ponto para 95,8 pontos, sendo o segundo mais elevado entre os quatro grandes setores.
O avanço do Índice de Confiança Empresarial evidencia um impulso geral na economia, com a estabilidade na Construção acrescentando resiliência. A convergência positiva desses indicadores sinaliza não apenas uma recuperação, mas um crescimento sustentado ao longo de 2024. O setor de móveis, por sua vez, está bem posicionado para contribuir de forma significativa para esse panorama promissor.