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Os desafios da construção civil e do mercado imobiliário

Economista da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Ieda Vasconcelos, avalia o cenário do setor nos últimos dois anos, as dificuldades do momento atual e os possíveis impactos para o futuro.

        Quando a pandemia do novo coronavírus foi anunciada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 11 de março de 2020, o planeta entrou em compasso de espera. Ninguém tinha conhecimento do que viria pela frente e de quanto tempo ela perduraria. Enquanto a classe médica e científica buscava por formas de tratamento, especialistas de mercado tentavam prever como os setores iriam funcionar e reagir. Poucos meses depois, alguns serviços foram considerados essenciais, entre eles, o da construção civil.

      Quando esta inclusão ocorreu o seu desempenho positivo não foi previsto, muito menos o do mercado imobiliário. Desde então, as atividades não pararam por nenhum dia. Ao mesmo tempo, grande parte das famílias permaneceram dentro de suas residências com isso, ressignificaram o valor da casa própria e compraram novos imóveis para morar. “A redução da taxa de juros aos menores patamares históricos foi muito atrativa para o financiamento imobiliário. A média da taxa de juros para o financiamento imobiliário, que hoje está em cerca de 9,5% era de 6,5%. Com este cenário, as pessoas que já estavam interessadas em adquirir um imóvel e outras que ainda não estavam, mas sentiram a necessidade de ter mais espaço físico, fizeram com que o mercado imobiliário em todo o país iniciasse um novo ciclo produtivo. Tivemos lançamentos e vendas em 2020 e 2021, atingindo patamares recordes da série histórica”, declarou a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

        Como consequência deste cenário, em 2021, segundo dados da CBIC, a construção civil registrou crescimento de 9,7% em seu PIB. “Este foi o maior crescimento da década, mas apesar de ter sido muito positivo, não conseguiu recompor as perdas que o setor já enfrentava. Se contabilizarmos o período de 2015 até 2021 ainda existe uma defasagem de cerca de 26%, ou seja, estamos 26% abaixo do pico das atividades, que ocorreu em 2014”, destacou Ieda.

       O resultado positivo do último ano, ainda está gerando efeitos e a expectativa de crescimento está na casa de 2,5%. “A expectativa é que em 2022, tenhamos o segundo resultado positivo de crescimento desde 2013. Além de não crescermos por dois anos consecutivos desde então, também não crescíamos acima da economia nacional. Em 2021, enquanto a construção civil crescia 9,7%, a economia nacional cresceu 4,6%. A projeção nacional que temos para 2022, gira em torno de 1 a 1,3%. Ou seja, ainda estamos vivendo o reflexo positivo”, avaliou.

Fonte: Revista Portas de Madeira

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