Design e artesanato

Entrevista com Elizandro Rabelo, designer, artesão e fundador do espaço O designer artesão, Elizandro Rabelo, em seu empreendimento produz peças de madeira para decoração

– Qual a sua história com o universo da madeira?

Escolhi por acaso, sempre trabalhei como designer, desde que eu me entendo por pessoa profissional. Inicialmente exercia minha função nas áreas de design gráfico, de produto.  Mas por destino e acontecimentos da vida fui morar em outra casa, onde tive que começar a construir objetos.  Fui me arriscando a construir e gostei da experiência. A partir disso comecei a me estruturar em equipamentos e oficina, o negócio cresceu até que comecei a cotratar pessoas para trabalharem comigo.

– O que quer dizer com “O designer vê com a mente, o artesão, com as mãos”?

Isso é basicamente a forma de trabalho de cada profissional. O designer tem um trabalho essencialmente projetivo, vizualiza-se a ideia e passa para o papel.  O artesão a partir desse projeto consegue materializar.

– Quando resolveu unir design com artesanato?

Acredito que sempre fui artesão, desde criança construía meus próprios brinquedos, consertava coisas e fazia trabalhos manuais.  O design somente agregou o que eu já fazia me permitindo possibilidades.  Muitos acham que o artesanato é algo somente regionalista, mas na verdade é  a técnica que esta atrás do artesanato, um fazer coletivo, muitas vezes de conhecimentos centenários por isso é tão riquíssimo.

– Quem são as pessoas que consomem seu produto?

Tenho um publico variado. Sempre quis uma visão mais democrática de consumo.

– Qual a madeira que você mais trabalha hoje?

A madeira Freijó, que é uma madeira que não é muito escura nem muito clara. Tem uma identidade dócil, além de ser fácil de trabalhar.  Lembrando que utilizamos somente com madeiras que tenham certificação de origem.

– Como esse trabalho transforma vidas?

Acredito que de uma forma natural, capacitando pessoas pela marcenaria, ensinando o básico até os trabalhos mais complexos. Uma transformação social.

– Como se configura seu portfólio?

Hoje temos um portfólio bem variado, vai desde mobiliário até objetos de mesa e decoração.

– Como é o processo para chegar ao produto final?

Geralmente eu parto de uma demanda pessoal. Produzo coisas que eu mesmo gostaria de apreciar em minha casa ou espaço.  Tem peças que leva meses até chegar à concretização.

Entrevista da REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA, edição 62.

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